sábado, 9 de outubro de 2010

Hepatite B na gravidez

Olá pessoal,  apesar de ter dito que não postaria nada sobre a doença, achei um artigo bastante esclarecedor. Vale a pena dar uma lida.



CASOS ESPECIAIS
   A infecção pelo VHB na gestação costuma ter o mesmo comportamento do já descrito na população geral, fazendo parte das possibilidades diagnósticas de uma doença do fígado que surja durante a gestação (como colestase intrahepática e síndrome HELLP). Apesar da possibilidade de hepatite aguda grave, não está associada a risco de malformações do bebê, exceto um risco pouco maior de baixo peso ao nascer, prematuridade e diabetes gestacional.
   Em portadoras de hepatite B que engravidam, a gravidez pode ou não interferir na evolução da doença. A quantidade de vírus circulante pode aumentar, assim como as transaminases. O parto pode também não ter qualquer efeito, como também pode provocar o aparecimento de exacerbação da doença e até a soroconversão espontânea.
   Se a gestante tem hepatite B sem atividade, ou com atividade leve, não recomenda-se o tratamento durante a gravidez, sugerindo-se aguardar o parto. No entanto, hepatites mais severas podem exigir o tratamento. A lamivudina, embora não recomendada durante a gravidez, não está associada malformações em incidência maior que na população geral, podendo ser utilizada. No caso de pacientes com hepatite B em tratamento que engravidam, não há consenso sobre o que deve ser feito, devendo-se analisar as possibilidades caso a caso.
   A transmissão do vírus da mãe para a criança é um ponto muito importante. O risco de transmissão chega a 90% em mães com sorologia HBeAg positiva. Acredita-se que quase a totalidade das transmissões ocorra durante o parto, com um pequeno risco de transmissão pela placenta antes disso. Apesar de estudos iniciais sugerindo maior risco de transmissão por parto normal, estudos subsequentes não observaram diferença de risco entre parto normal, forceps ou cesareana.
   Como a vacinação neonatal previne de 80 a 95% das transmissões, recomenda-se a vacinação e a aplicação de anticorpo contra a hepatite B (HBIg) logo nos primeiros dias de vida - no caso de mães HBsAg positivas, até mesmo antes da alta da Maternidade. Outras estratégias para a redução do risco de transmissão é a imunoprofilaxia com HBIg e a utilização de lamivudina no final da gestação para reduzir a viremia, mas não há consenso de quando essas estratégias adicionais devam ser utilizadas.
   A amamentação de crianças que receberam vacina e HGIg não aumenta o risco de infecção e está liberada, exceto nos casos de mães recebendo antivirais, onde a falta de estudos comprovando a segurança exige avaliação de riscos caso a caso.

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